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Foto do escritorBruna Fonseca

A inovação vai morrer?

Recentemente, fiquei refletindo sobre um assunto que já está aí, pipocando nas discussões corporativas e nos artigos de inovação: será que a inovação está morrendo?


Para onde vão as ideias brilhantes e por que tantas ficam pelo caminho? Inspirado pelo conceito do “cemitério de workshops”, resolvi explorar algumas razões por trás dessa sensação de que a inovação está estagnando.


Aqui, vou compartilhar algumas ideias sobre por que isso acontece, o que podemos fazer a respeito e como transformar esse cenário.


O Cemitério das Ideias


Já reparou como muitas vezes uma ideia começa com todo o gás e termina esquecida? Isso acontece com frequência em workshops, reuniões e até brainstorms.


O problema não é a falta de criatividade ou de vontade, mas sim o que acontece depois que as ideias são geradas. Em muitos casos, o destino das inovações é o “cemitério”, onde ficam enterradas por falta de estrutura, apoio ou continuidade. Vamos entender melhor esses obstáculos:


1. Liderança desconectada

O primeiro e talvez o maior motivo pelo qual a inovação morre é a falta de apoio da liderança. É comum a alta gestão não se envolver a fundo nos processos de inovação, o que leva a uma desconexão entre as ideias e a sua implementação. Sem um comprometimento claro, qualquer iniciativa corre o risco de ser cortada ou deixada de lado ao longo do caminho.

Como evitar?

  • Antes de iniciar um projeto, faça questão de alinhar a proposta com os objetivos da empresa. Mostre que essa ideia contribui diretamente para o crescimento do negócio.

  • Invista um tempo para educar e engajar os líderes sobre a importância da inovação. Isso pode fazer toda a diferença.


2. As pessoas certas não foram envolvidas

Quantas vezes você já participou de um workshop onde as pessoas mais influentes não estavam presentes? Isso cria uma barreira natural para a inovação, porque as decisões e aprovações acabam ficando com quem não estava envolvido no processo. Além disso, sem a presença dos "decisores", a equipe se sente limitada em sua capacidade de fazer as ideias avançarem.

Como evitar?

  • É fundamental ter um mix entre executores e líderes. Se apenas o time operacional participa, as ideias podem perder força ao tentar subir na hierarquia.

  • A inovação acontece quando há um equilíbrio entre os que fazem e os que decidem. Tenha certeza de que todos que podem contribuir de alguma forma estejam no mesmo ambiente.

3. Falta de continuidade

Outro motivo fatal para a morte das inovações é a ausência de um plano de ação claro após o workshop. Muitas vezes, as ideias ficam restritas ao papel ou à apresentação final, mas não há um planejamento concreto para colocá-las em prática. Sem uma liderança que assuma as rédeas no pós-workshop, as ideias correm o risco de ficarem apenas no “blá-blá-blá”.


Como evitar?

  • Desde o início, é importante estabelecer quem será responsável por cada ação futura. Se possível, tenha um roadmap claro e dividido em etapas de curto, médio e longo prazo.

  • Tenha reuniões periódicas para reavaliar o progresso das ideias geradas. Esse acompanhamento evita que as coisas fiquem paradas.


É estratégico ou aqpenas um “Hype”?


Inovação não é só sobre tecnologia ou ideias futuristas; é um processo que precisa de sustentação e aplicação prática. Muitas vezes, vemos projetos incríveis não serem valorizados porque não se alinham diretamente ao objetivo da empresa.


Nessas horas, é importante refletir se estamos tratando a inovação como um “hype” passageiro ou se ela realmente está integrada ao planejamento estratégico.


Como construir uma cultura de inovação viva?

Para evitar o “cemitério das ideias”, é fundamental construir uma cultura onde a inovação seja parte do cotidiano da empresa e não apenas um evento pontual.

  1. Treinamento contínuo: Todos os membros da equipe precisam entender a importância e o valor da inovação. Invista em treinamentos e capacitações que envolvam todos os níveis da organização.

  2. Experimentação constante: Inovação não se faz apenas em workshops. É preciso dar espaço para que as pessoas testem novas ideias em seus trabalhos diários. Quando a experimentação vira rotina, o impacto da inovação se multiplica.

  3. Celebrar o fracasso: Inovação envolve riscos e nem todas as ideias vão dar certo. Mas, em vez de punir o fracasso, celebre o aprendizado. Uma cultura que valoriza a tentativa (e o erro) é mais propensa a gerar soluções inovadoras.

  4. Metodologia clara: Use metodologias de inovação que ajudem a organizar e gerenciar o processo. Ferramentas como o Design Thinking, Lean Inception e Sprint são boas alternativas para criar um fluxo contínuo de inovação.


NÃO, a inovação não vai morrer

No fim das contas, a inovação só morre quando deixamos de cuidar dela. É como uma planta que precisa ser regada, receber luz e nutrientes.

Ao garantir o apoio da liderança, envolver as pessoas certas e construir uma cultura de inovação, podemos evitar que nossas ideias acabem no “cemitério dos workshops”.


Afinal, Inovar não é só sobre grandes ideias, é sobre fazer acontecer.

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