OKRs: produtos vivos ou mortos? Como (re)ativar seus objetivos do discovery ao delivery
- Bruna Fonseca

- 8 de jul.
- 4 min de leitura
Quero te convidar a dar continuidade no assunto OKRs de produto, e se aprofundar em algo que impacta diretamente o dia a dia dos times: como manter OKRs vivos ao longo do ciclo.
Muita gente define OKRs no começo do trimestre e nunca mais volta neles. Resultado? Viram metas decorativas, descoladas da realidade do discovery e também do delivery. A ideia aqui é mostrar como o OKR pode (e deve!) ser uma bússola viva para seu time, desde o entendimento do problema até a experimentação.
Parece muito bom? E é. Vem comigo!
OKRs de produto vivo é OKR conectado à rotina
Já falei e repito: OKR não é tarefa. É direção estratégica que precisa se refletir nas decisões do time ao longo do ciclo e não só no planejamento. E é aqui que muitos PMs e squads escorregam.
Normalmente definem o OKR de produto, mas não o integram no dia a dia. Com isso o time continua decidindo backlog, pivotando ideias e fazendo discovery sem consultar os objetivos definidos, minando a consistência e a potência do OKR como ferramenta de foco. E assim não rola.
Quer tirar suas dúvidas e ficar por dentro de tudo sobre OKRs de produto na prática, clica aqui.🔍
OKRs de produto como norte para o discovery
Concorda comigo que o discovery é o território das perguntas? Pois é. Mas quais perguntas você anda fazendo?
Estou trazendo essa provocação, porque ela é muito importante pra você dominar esse assunto. Quando seu OKR está vivo, ele guia as perguntas certas.
Por exemplo: Se o seu resultado-chave é “aumentar a taxa de ativação em 15%”, seu discovery não pode estar investigando outra dor qualquer, ele precisa estar testando hipóteses que movam esse ponteiro. Entende?
Eu sei que na teoria é mais fácil, por isso quero compartilhar algumas dicas práticas que vão te ajudar com isso:
Reforce o OKR em todas as sessões de problem framing;
Coloque-o visível no mural do time;
Relembre o time nas dailies ou weeklies.
A repetição gera conexão e essa conexão faz toda diferença.
Backlog com priorização orientada por resultado
Eu sempre falo para os meus times e meus mentorados sobre a priorização. E eu já fui bem repetitiva nos meus conteúdos sobre esse tema, porque a priorização é beeeem importante. E usar o OKR como filtro é o que vai evitar que entregas “bonitinhas” tomem o lugar de entregas transformadoras.
Um backlog não priorizado por impacto vira uma lista de desejos e não resolve e nem entrega nada. E o melhor jeito de garantir que seu backlog esteja alinhado à estratégia é perguntar:
“Qual KR esse item ajuda a mover?”
Aí você me diz: Bru, mesmo que eu faça essa pergunta, como eu saberei o que priorizar?
Simples. Se a resposta não existir ou for vaga, o item não tem prioridade.
E falando em pergunta e resposta certa, você quer dominar a priorização em produto? Clica nesse conteúdo aqui ô: O papel dos dados no ciclo de vida do produto: da priorização à entrega de valor.
Check-ins: o ritual que mantém o OKR de produto vivo
Aqui não tem mágica, feitiço e nem reza que dê jeito. Se você não revisitar, você vai esquecer. Por isso, um dos hábitos mais poderosos para manter OKRs estratégicos vivos é criar um ritual de check-in quinzenal (ou semanal depende do seu projeto).
Pra te ajudar a incluir isso na sua rotina, trago abaixo algumas perguntas que vão guias para esses encontros:
Como estão os indicadores dos KRs?
O que já aprendemos até agora?
O que precisa ser ajustado ou reforçado no plano?
As hipóteses continuam válidas?
OKR em discovery e execução andam juntos. Sem essa integração, o objetivo morre e o resultado se perde. Essa é uma máxima que não tem como contornar. Fica ligado nela!
Exemplo de ciclo de OKR do discovery ao delivery
Quero ilustrar com você aqui um ciclo completo e deixar aberto para se ficar alguma dúvida sobre o tema, você me mandar aqui nos comentários. Pode ser que sua pergunta vire uma pauta aqui do blog, já pensou?
Vamos lá:
Objetivo: Aumentar o engajamento no app
KR 1: Aumentar em 30% o número de sessões por usuário/mês
KR 2: Reduzir churn em 15% nos primeiros 7 dias
Discovery:
pesquisa com usuários que desinstalaram;
testes A/B de notificações;
entrevistas de valor percebido.
Backlog:
priorização de melhorias no onboarding;
ativações progressivas;
nova arquitetura de navegação;
Check-ins:
indicadores em tempo real com hipóteses validadas.
Ajuste:
KR 2 trocado por “tempo médio de uso por sessão”, com base em nova evidência.
Isso é OKR vivo, adaptável, conectado e mensurável.
Sinais de que seu OKR morreu (e como reanimar)
Para ser bem prática, seu OKR está morto se:
Seu squad não lembra qual é o objetivo do ciclo
Nenhuma hipótese está relacionada a um KR
O time toma decisões táticas sem conexão com a ambição estratégica
Para reanimar:
Refaça o alinhamento: OKR na parede, no board, na planning
Traga os KRs para os critérios de decisão
Crie um momento de avaliação: revise, descarte ou ajuste
Lembre-se de que OKR estratégico e liderança de produto precisam andar juntos para não perder foco e engajamento.
Pra fechar: Aprendizado contínuo também é resultado
Antes de despedir, quero deixar uma última provocação: o maior valor do OKR não é bater meta. É aprender.
Os melhores times que acompanho não são os que “cumpriram todos os KRs”. São os que usaram o OKR como trampolim para evoluir sua visão, sua estratégia e sua entrega.
Então se algo falhou, analise, documente, itere. Essas coisas também são parte do resultado.
Eu sou Bruna Fonseca, especialista em Produtos Digitais e SCRUM, com mais de 20 anos de experiência em times, processos e transformação digital, abordando SCRUM, Discovery ao Delivery, Gestão Ágil e Liderança em Produto.
Também atuo com:
📌 Consultoria em gestão de produtos digitais
📌 Mentoria estratégica para Product Managers
📌 Palestras sobre agilidade e inovação
📌 Treinamentos em SCRUM e práticas ágeis
📌 Facilitação de workshops e discovery sprints
Sugestão de leitura complementar:






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