Ser ou não ser técnico em Produto: até onde um PM técnico deve ir e por que isso muda tudo no dia a dia
- Bruna Fonseca
- 23 de set.
- 4 min de leitura
Quando falamos em Product Manager técnico, a primeira imagem que muita gente tem é a de alguém programando ao lado do time de engenharia. Mas a realidade é bem diferente.
Ser técnico em Produto não significa escrever código, e sim ter fluência técnica em Produto suficiente para entender como o produto funciona “por dentro” e dialogar com clareza com os times de tecnologia.
Essa habilidade, cada vez mais valorizada, pode transformar a forma como um Product Manager toma decisões, prioriza o backlog e até como é percebido dentro da equipe.
Mas afinal, até onde esse conhecimento precisa ir? E como ele pode mudar seu dia a dia com essa skill, sendo um PM técnico? Quer entender tudo isso? Vem que eu te conto mais!
O que faz um Product Manager técnico e o que significa ser técnico em Produto
Antes de qualquer coisa, é importante desfazer o mito: um product manager técnico não é um desenvolvedor frustrado nem alguém que tenta “codar” no lugar da engenharia.
Ser técnico é dominar conceitos fundamentais de tecnologia, entender integrações, arquitetura e dados, o suficiente para traduzir necessidades de negócio em soluções viáveis.
Na prática, isso se reflete em situações simples, imagine que seu time precisa decidir entre usar uma API já existente ou construir uma integração do zero. Se você, como PM, entende as implicações de cada escolha, consegue avaliar prazos, custos e riscos de maneira muito mais assertiva. Isso se torna uma baita vantagem, não é mesmo?
Esse tipo de fluência técnica não substitui a engenharia, mas potencializa a capacidade de liderança e sua decisão como PM. Compreende?
Até onde PMs precisam ir no domínio técnico
A grande questão é: quão técnico um PM deve ser? A resposta é: depende do contexto do produto e do time.
Em produtos altamente dependentes de dados, por exemplo, o PM precisa conhecer conceitos de modelagem, métricas de qualidade e pipelines. Já em produtos voltados a experiência do usuário, talvez baste compreender como funcionam integrações e APIs.
O ponto central é que o PM deve entender o suficiente para identificar riscos, fazer perguntas relevantes e avaliar trade-offs técnicos. É sobre ter base para discutir em pé de igualdade e tomar decisões sólidas.
Exemplos de decisões mais embasadas tecnicamente
Um dos maiores ganhos da fluência técnica está na qualidade das decisões.
Por exemplo:
Priorização realista: se o PM entende que uma funcionalidade aparentemente simples exige refatoração, evita cair na armadilha de prometer prazos inviáveis.
Trade-offs conscientes: escolher entre lançar rápido com um workaround ou investir mais tempo em uma solução robusta exige ter essa visão técnica.
Avaliação de alternativas: decidir entre evoluir um microserviço existente ou adotar um SaaS pronto depende de conhecer os impactos técnicos e financeiros.
Essas são algumas das skills técnicas para PM que tornam a tomada de decisão mais estratégica, melhoram a eficiência do time e fortalecem a confiança da engenharia na liderança do produto.
👉 Leia ainda: Liderança em Produto com Dados - como usar dados para tomar decisões com mais confiança
Como PM deve se comunicar com engenharia: da demanda ao deploy
Se tem um ponto em que a fluência técnica faz diferença imediata, é na comunicação entre PM e engenharia, que é essencial para evitar ruídos e criar clareza.
Um PM que domina termos técnicos consegue escrever histórias de usuário mais claras, conduzir refinamentos objetivos e evitar mal-entendidos que custam tempo e retrabalho.
Durante o desenvolvimento, esse mesmo PM acompanha o progresso com mais segurança, sabe perguntar pelos bloqueios certos e consegue participar de discussões técnicas sem se perder.
No momento do deploy, a situação se repete: mesmo sem codar, o PM acompanha releases, entende riscos de rollback e contribui para que a entrega chegue ao usuário de forma estável.
O resultado é uma relação de respeito mútuo em que o time técnico enxerga o PM como parceiro estratégico, não apenas como “pedidor de demandas”.
E olha, se você, Product Manager, passar a ser visto como parceiro estratégico, É SUCESSO!!
Por que isso não exige saber programar
Uma dúvida comum é: “preciso aprender a programar para ser um PM técnico?” A resposta é não. O que você precisa é aprender a entender as implicações técnicas, e isso não envolve escrever uma linha sequer de código.
Saber o que significa “refatorar um código”, “escalar um serviço” ou “implementar autenticação por token” "git" "marge" já coloca você em outro patamar de discussões.
Esse vocabulário técnico funciona como uma segunda língua: você não é fluente como um engenheiro, mas entende o suficiente para dialogar e tomar decisões embasadas.
Como desenvolver fluência técnica em Produto no dia a dia
A boa notícia é que desenvolver essa habilidade é totalmente possível e começa na rotina. Você pode começar com:
Participações ativas nos eventos: dailies, refinamentos e retrospectivas são verdadeiras aulas de tecnologia.
Leitura de documentações e arquiteturas: não precisa ser profundo, mas acostume-se a entender fluxos básicos.
Fazendo cursos rápidos: APIs, cloud, bancos de dados, SQL e segurança da informação são ótimos pontos de partida.
Trocando com os tech leads: pergunte, questione, demonstre interesse. Essa curiosidade cria pontes.
Esse passo a passo acima te ajudará muito em como desenvolver fluência técnica em Produto de forma contínua. Aos poucos, o vocabulário técnico se tornará natural e sua capacidade de decisão crescerá junto.
Conclusão
Ser ou não ser técnico em Produto já não é mais uma questão de escolha. No cenário atual, em que produtos digitais dependem cada vez mais de integrações complexas e decisões rápidas, a fluência técnica é um diferencial estratégico para o PM.
Você não precisa ser dev, mas precisa ser capaz de conversar de igual para igual com quem constrói a base técnica do produto. Essa habilidade transforma a priorização, a comunicação, o impacto do seu trabalho e, no fim, fortalece toda a equipe.
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